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Quinta dos Cantarinhos cúpula da torre e brasão

QUINTA DOS CANTARINHOS

Onde a História ganha vida

A Quinta dos Cantarinhos, conta com várias gerações desde a Idade Média. Construída a partir da figuração de uma "Torre". Ainda nos serve como referência da antiguidade e consequentemente do prestígio da Quinta. Das referências mais antiga que conhecemos é à da capela de São Bento, e deve-se ao padre Diogo Pereira Sotto Maior (1616). Descrevendo algumas quintas, situadas nos arredores da cidade de Portalegre, onde elogia a grandeza passada na propriedade de Manuel de Sousa (hoje chamada "Quinta dos Cantarinhos")

Castle Interior

PROPRIEDADE HISTÓRICA

Quinta dos Cantarinhos tem sido um lugar imperdível em Portalegre desde a sua existência. A nordeste de Portalegre, na antiga Pena de São Tomé, localizada no cimo da Serra de São Mamede, a seiscentos e setenta e três metros de altitude, encontramos a herdade dos Cantarinhos, que tem no coração dos seus terrenos, uma faustosa residência que teve origem na torre senhorial, hoje desabitada e desde à alguns anos que é mantida só para eventos privados, familiares, mas ainda intacta. Esta torre encontra-se integrada num conjunto habitacional construído a partir dos seus paramentos a sul e a oeste, de onde partem duas alas de dois andares, unidas por uma terceira, de modo a formar um pátio interior. Os acessos a estas alas fazem-se por portais graníticos de feição maneirista, que nos indiciam ser de época seiscentista, o que será bastante expectável. Avaliando pelos pavilhões anexos à maior pane das "domus fortis" alentejanas, também dessa época. A Torre é hoje acessível pelo primeiro andar das alas construídas a "sul e ocidente", e está arquitetonicamente agregada ao conjunto pintada de branco, como os restantes edifícios, e desprovida de ameias, embora não deixe de ser um volume que se destaca acima dos telhados. Apesar de ser composta apenas por dois pisos, ergue-se a catorze metros de altura. Sobre uma base de planta quadrada com oito metros de lado. Saliente-se, porém, que na fachada apresenta uma fileira de quatro mísulas onde provavelmente terá assentado um balcão, o que poderia evidenciar a anterior existência de um terceiro piso ou de um balcão inspirado no do terraço da Torre de Coelheiros. O rés-do-chão é acessível por uma porta recente e hoje utilizado apenas para arrumos. O primeiro andar, de alto pé direito, apresenta uma janela com conversadeiras, uma porta janela, duas portas de acesso às alas adjacentes e uma porta estreita de acesso à escadaria helicoidal. O teto é coberto por uma abóbada estrelada profusamente decorada com fechos de motivos florais, cordas, folhas de acanto e o brasão dos Sousas de Arronches no centro do conjunto. No exterior das fachadas, assinalamos dois vãos de ornamentação manuelina em granito bastante degradado, um na fachada "Este" em duplo arco com duas arquivoltas de bases com decoração manuelina de cordas e cestaria esculpido em quatro lóbulos, na pane de cima, e emoldurado com motivos de bolas da mesma corrente decorativa. No paramento norte e bem visível do exterior, surge adossada uma torre cilíndrica onde se insere uma escadaria helicoidal que hoje apenas liga o primeiro andar ao terraço, embora aparentemente se trate de uma construção mais recente. Recordamos que este modo de colocação da escadaria se observa também na Torre do Carvalhal e na Torre da Giesteira, embora, infelizmente, não saibamos se são construções anteriores ou posteriores à Torre dos Cantarinhos. 

DESCUBRA A QUINTA DOS CANTARINHOS

A história desta quinta não está esclarecida o suficiente para que conheçamos o proprietário que mandou construir a torre. Porém, o duplo arco do vão "Este", poderá ter alguma ligação a uma casa apalaçada à existente da Rua Azevedo Coutinho, no centro de Portalegre, que exibe igualmente um vão com arcos geminados de exuberante decoração manuelina, feito por iniciativa de D. Nuno de Sousa Tavares em 1538". A da Torre dos Cantarinhos de ornamentação mais simplificada, apresenta o mesmo número de arquivoltas e parece ter tido, inclusivamente um mainel idêntico ao da casa de D. Nuno, o que é sugerido pela superfície plana na junção dos dois arcos. Claro está, que estes são elementos também caracterizadores de uma tendência artística generalizada em diversas construções quinhentistas no Alentejo. Porém, os brasões que exibem as duas casas poderão indiciar a ligação mais evidente. "Reza a história que o rei terá obrigado D. Nuno a parar com a construção com tamanha exuberância"! O brasão que figura na casa em Portalegre é o dos Sousa Tavares e Silva, que remete ao primeiro marquês de Arronches, Henrique de Sousa Tavares e Silva, o primeiro a usar os três apelidos, já no século XVII, o que pode sugerir que este brasão não coincida com a data da inscrição. Por outro lado, o brasão dos Sousas de Arronches, que está representado na Torre dos Cantarinhos era já utilizado em inícios do sec. XVI

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